HISTÓRIA
Uma série
profética conta como foram os últimos 500 anos
64. A morte do rei – a fama de Nostradamus
Examinadas com lupa desde que
apareceram no século XVI, várias das profecias de Nostradamus são consideradas
pelos seus tradutores e intérpretes como confirmadas perante fatos históricos.
Entre as quadras das Centúrias, sextilhas e presságios enumeraram-se pelo menos
mais de uma centena de concordâncias entre o vaticinado e o ocorrido de fato.
Partindo-se de uma amostragem de
eventos, comparada com o profetizado por Nostradamus, chega-se a uma seleção
satisfatória para o projeto deste livro. Para não alongar-me muito, vou
considerar apenas os versos que julgo relevantes pela exatidão ou pelo
interesse histórico. Esse exercício é também uma demonstração do método de
leitura que propomos para as Centúrias e outros escritos de Nostradamus, que se
faz reunindo seus versos por assunto. O fio condutor são as guerras e a falta
de juízo dos homens ao perpetrá-las.
Na quadra a seguir, o início da fama
de Nostradamus como profeta, ainda em vida:
I.35
Le lyon ieune le vieux
surmontera,
En champ bellique par
singulier duelle:
Dans cage d'or les yeux
luy creuera,
Deux classes vne, puis
mourir, mort cruelle.
[O jovem
leão vencerá o velho num torneio na liça. Ele lhe perfurará o olho na gaiola
dourada, em um dos dois combates, depois morrerá de morte cruel].
De fato, o rei Henrique II
(1519-1559) ou Henri II para os franceses, bateu-se em torneio de lanças com o
jovem comandante da guarda escocesa Gabriel de Lorges (1530-1574), conde de
Montgomery, cujo escudo de armas era dourado, com leão da Escócia e listras
vermelhas. Henrique era mais velho em relação ao conde e observe-se que também
havia um leão ostentado em suas armas.
De acordo com as regras do torneio,
a justa devia ser resolvida em até três combates (latim classis: exército, frota, combate). No primeiro deles, os dois
cavaleiros tocaram-se com suas lanças de forma violenta, porém ainda
continuaram montados. Henrique poderia ter parado, mas insistiu em outro
confronto, desdenhando pedidos da rainha, Catarina de Médici (1519-1589) e de
seu cunhado, que revelara ter sonhado durante três noites consecutivas com a
desgraça que recairia sobre o rei no fatal mês de julho. Até mesmo Montgomery
insistira com Henrique em encerrar aquela peleja realizada num dia quente e com
o sol a pino.
Presságios, pedidos e o calor, nada
dessas coisas convenciam o velho leão. E, portanto, inevitável foi outro choque
violento entre os dois cavaleiros que tiveram suas lanças em parte danificadas.
Eles mal se agüentavam sobre as montarias – contrariando o habitual, a trombeta
soa antes da hora e, aparentemente, o conde não tem tempo para trocar de lança,
atitude que fora tomada pelo rei.
No seguinte e mais violento choque,
os restos da lança de Gabriel de Lorges atingem a armadura do desafiador. A
ponta estilhaçada escorrega até a viseira do capacete (gaiola dourada) e
atravessa a cabeça do rei. O ferimento fora terrível, a lança atravessara do
olho direito até a orelha do soberano. Henrique II agoniza em dores cruéis. Na
manhã de 10 de julho, o rei morre.
65. Perseguição aos astrônomos
Examinemos as seguintes quadras das
Centúrias, sendo que uma delas apresenta a raridade em Nostradamus, a citação
de datas:
IV.18
Des plus lettrez dessus les faits celestes
Seront par princes ignorans reprouuez:
Punis d'Edit, chassez, comme scelestes,
Et mis à mort là où seront trouuez.
[Alguns dos
mais instruídos em Astronomia serão condenados, punidos por éditos, perseguidos
como criminosos e mortos onde forem encontrados].
VIII.71
Croistra le nombre si grand des Astronomes
Chassez, bannis et livres censurez;
L’an mil six cens et sept
par sacre glomes
Que nul aux sacres ne seront assurés.
[O número
de astrônomos aumentará bastante em 1607, apesar das perseguições, banimentos e
censura de seus livros, por bulas, de tal sorte que não terão segurança perante
o Santo Ofício. – Latim: glomus, de globus: globo, esfera.].
São por demais conhecidos os
episódios de perseguição perpetrados pelo Santo Ofício a os astrônomos já no
final do século XVI. A ciência começava nessa altura a produzir seus mártires e
vítimas, entre eles, o mais conhecido é Galileu Galilei (1564-1642). Cientista
italiano, o primeiro dentre os modernos, Galileu estudou as teorias dos
astrônomos Nicolau Copérnico (1473-1543) e Johannes Kepler (1571-1630) e com o
auxílio do telescópio corroborou a teoria de que a Terra girava em torno do
Sol. Galileu juntou uma grande quantidade de evidências para defender a teoria
heliocêntrica e as publicou em língua italiana.
A Teoria Heliocêntrica era considerada
herética pela Igreja Católica. Para Roma, a Terra fazia-se o centro do
Universo. Galileu foi convocado pela Inquisição para ser julgado e neste
julgamento é condenado a abjurar publicamente de suas idéias. Ao não negá-las
inteiramente, ele é e condenado e preso por tempo indefinido.
Os livros de Galileu foram
censurados e proibidos. Apenas em 1822 são retiradas do Index Librorum Prohibitorum (Índice dos Livros Proibidos pela
Igreja Católica) as obras de Copérnico, Kepler e do próprio Galileu Galilei. Em
31 de outubro de 1992, aos 350 anos de sua morte, João Paulo II (1920-2005) o
reabilitou solenemente e criticou os erros dos teólogos da época que
respaldaram a condenação. O papa o qualificou de físico genial e crente
sincero, que se mostrou mais hábil na interpretação dos escritos sagrados do
que seus adversários teólogos. Em 2009, o Vaticano tornaria a homenagear
Galileu no Ano Internacional da Astronomia, instituído pelas Nações Unidas.
Ainda a respeito das proibições de
livros pela Igreja Católica no Index
Librorum Prohibitorum, ou simplesmente Index,
é importante salientar o grande número de filósofos e cientistas que fizeram
parte desta lista, entre eles: Nicolau Copérnico, Giordano Bruno, Nicolau
Maquiavel, Espinosa, John Locke, Berkeley, Denis Diderot, Blaise Pascal, Thomas
Hobbes, René Descartes, Rousseau, Montesquieu, David Hume e Immanuel Kant. Em
sua última edição (1948), o Index
tinha mais de quatro mil livros listados como proibidos. O Index foi abolido pelo papa Paulo VI, em 1966.
Para encerrar, uma curiosidade: em
1607, data destacada por Nostradamus, Kepler observa um cometa, que mais tarde
será também observado por Edmond Halley (1656-1742) que prevê sua periodicidade
a cada 75 ou 76 anos. Esse objeto celeste descrito por Kepler receberia o nome
de Cometa de Halley anos mais tarde.
66. A Revolução Francesa contada em detalhes
Nostradamus olhou com carinho para o
futuro da França. Muitas de suas previsões são relativas à nobreza local (vou
suprimi-las em parte, pois creio que já não interessam ao nosso tempo e ao
público em geral). Mesmo assim, do acontecido e previsto em França nos restará
uma boa quantidade de quadras a respeito da filosofia, literatura, guerras e a
revolução propriamente dita e, em especial, Napoleão Bonaparte (1769-1821),
figura histórica e que praticamente teve sua vida antecipada nas quadras e
sextilhas do poeta e profeta.
I.62
La grande perte, las! que feront les lettres,
Auant le ciel de Latona parfaict:
Feu grand deluge plus par
ignares sceptres,
Que de long siecle ne se verra refaict.
[A literatura fará grande mal antes que a
República complete seu ciclo; depois, os poderes incompetentes darão origem a
grandes guerras, que se perpetuarão por longos séculos. – Mitologia: Latona:
mãe de Apolo, alusão à Primeira República em França].
Nostradamus destaca nessa quadra à
influência que os filósofos e economistas exerceram sobre a burguesia instruída
e povo que sabia ler. Suas idéias eram transmitidas pelos livros, teatro e
panfletos anônimos. A Enciclopédia, completada em 1772, com 28 volumes, foi um
dos mais poderosos instrumentos para solapar pela base (grande perte: grande perda, prejuízo) o antigo regime, o que leva a
França à guerra contra a Europa, tendo Napoleão como seu principal guerreiro,
já na sequência à disseminação do novo ideário que permeariam os séculos
seguintes. Como a Revolução Francesa é um ponto de inflexão da história da
humanidade, um marco por assim dizer, todo conflito que vier por diante será
influenciada por essa verdadeira “renovação dos séculos”.
Em outra quadra, o oráculo prevê a
decadência da monarquia no início da Revolução Francesa:
X.43
Le trop bon temps, trop
de bonté royale
Faicts et déffaicts
prompt, subit, négligence,
Léger croira faux d’espouse loyale.
Luy mis à mort par sa bénévolence.
[A época
muito boa e o rei muito bom serão aniquilados pronta e subitamente pela
negligência. Não farão bom juízo da leviandade da esposa do rei que será morto
devido à sua benevolência. – Latim: léger,
futilidade; benevolentia, boa vontade, benevolência].
Não há erros nessa profecia,
realizada letra por letra, quando já se contava mais de um século da morte de
Nostradamus. A grande França do final do século XVIII dava bons tempos à
nobreza e à burguesia que ganhava espaço na sociedade. As grandes massas e os
remediados sofriam com a alta do custo de vida e falta de pão, provocadas por
aumento nos impostos para financiamentos do luxo e guerra.
O benevolente Luís XVI (1754-1793) fora também
negligente ao deixar decisões importantes nas mãos da burocracia do Estado,
fechando os olhos para o clima de revolta insuflado pelos descontentes e pela
propaganda dos ideais iluministas. Para piorar as coisas, a rainha Maria
Antonieta (1755-1793) foi vítima de campanhas panfletárias e era vista pelo
populacho como perdulária e fútil, o que a tornava extremamente impopular.
67. As mortes de Luís XVI e Maria Antonieta
Além de prever a morte do rei Luís
XVI, Nostradamus antecipa o maior acontecimento daquele século com grandes
repercussões para a França e, de resto, para todo o mundo, a Queda da Bastilha,
ocorrida em 14 de julho de 1789:
II.57
Auant conflict le grand
tumbera,
Le grand à mort, mort,
trop subite et plainte,
Nay miparfaict la plus
part nagera,
Aupres du fleuue de sang la terre teinte.
[Antes da guerra, o grande muro cairá, o rei
será executado, sua morte súbita e triste, antes que ele termine seu reinado. A
maior parte (dos guardas) nadará no sangue; ao lado do rio (Sena), o solo será
coberto de sangue].
A turba faminta e enfurecida
derrubou os muros da Bastilha no dia 14 de julho. O governador da Bastilha e
praticamente toda a sua guarnição foram massacrados pelo povo. A partir desse
momento, a guerra virá para o povo francês por meio da indignação dos reis
estrangeiros com a execução de Luís XVI. Eles caminham unidos contra a França
republicana, que declarara guerra à Inglaterra em fevereiro de 1793. Em 16 de
outubro do mesmo ano, a rainha Maria Antonieta será executada na guilhotina,
fato profetizado em pelo menos dois escritos de Nostradamus, na quadra 86 da
primeira Centúria e na sextilha 55, que passamos a examinar em detalhes:
I.86
La grande Royne quand se verra vaincue,
Fera excés de masculin courage,
Sur cheual, fleuue passera toute nue,
Suite par fer: à foy fera outrage.
[Quando a
grande rainha se sentir perdida, demonstrará um excesso de coragem masculina.
Passará por sobre o rio, puxada por um cavalo, despida de seus trajes reais.
Depois, morrerá pelo ferro e a fé será ultrajada].
Sextilha 55
Un peu devant ou après trés
grand Dame
Son âme au Ciel et son
corps sous la lame,
De plusieurs gens regrettée sera,
Tous ses parents seront
en grand’tristesse:
Pleurs et soupirs d’une
Dame en jeunesse
Et a deux grands lê deuil délaissera.
[Ante (o
povo) pouco depois (da execução de Luís XVI), a rainha será guilhotinada e sua
alma subirá ao céu. Será lamentada por muitos. Seus parentes ficarão aflitos:
as lágrimas e os suspiros de sua filha e de luto ficarão seus dois cunhados].
Maria Antonieta foi encarcerada e
condenada à morte pelo Tribunal Revolucionário. Na profecia, Nostradamus
refere-se aos suspiros de Maria Teresa Carlota da França (1778-1851), filha de
Maria Antonieta. A rainha foi guilhotinada no dia 16 de outubro de 1793, em
Paris, na praça conhecida hoje como Place
de La Concorde. Ela foi conduzida ao suplício numa gaiola puxada por
cavalos. Seu corpo com a cabeça cortada foi levado, de forma não cristã e sem
cerimoniais, para o cemitério da rue d'Anjou, onde Luis XVI fora enterrado nove
meses e meio antes.
68. O destino de Napoleão
Depois das certeiras profecias
relativas ao período revolucionário, o vidente francês anuncia o nascimento de
Napoleão Bonaparte (15 de agosto de 1769):
I.60
Vn Empereur naistra pres d'Italie,
Qui à l'Empire sera vendu bien cher:
Diront auec quels gens il se ralie,
Qu'on trouuera moins prince que boucher.
[Um
imperador nascerá perto da Itália; custará caro ao império. Veremos com quantos
ele faz aliança; será julgado menos príncipe do que carniceiro. – Francês: diront: dirão (latinismo); quels, no sentido de quantos].
Luís XV (1710-1774) havia comprado a
Córsega aos italianos dois anos antes do nascimento de Napoleão que, com o
título de imperador, custará muito ao povo francês em mortes, derrotas
militares e ruínas de todo tipo. O apelido de Carniceiro acompanha Napoleão
pela história desde a “carnificina sob a neve”, ou a batalha de Eyalau (1807),
uma das mais sangrentas conduzidas por ele. Em 1815, pelo tratado de Paris, a
França perdia todas as suas conquistas e tornava-se menor do que antes da
Revolução.
Na quadra 76 da primeira Centúria,
Nostradamus adianta as características do imperador, feroz e parecido com os
das três Parcas da mitologia e que seria o resultado da união de duas palavras
gregas: “o Novo Exterminador”.
I.76
D'vn nom farouche tel proferé sera,
Que les trois seurs auront fato le nom:
Puis grand peuple par
langue et faict dira
Plus que nul autre aura bruit et renom.
[Para
começar, usa tão malfadado nome que só por ele as três Parcas lhe vaticinaram o
destino: depois descaminhará o grande povo com palavras e maior glória e clamor
nenhum outro deixará].
Em Roma, as Parcas (Moiras na
mitologia grega) eram três deusas: Nona (Cloto), Décima (Láquesis) e Morta
(Átropos). Elas determinavam o curso da vida. Nem mesmo Júpiter (Zeus)
contestava suas decisões. Nona tecia o fio da vida, Décima vigiava sua
extensão, duração e caminho. Morta cuidava de cortar o fio. Essa alegoria que
resume a vida é tão bela que até merece uma descrição poética – as Parcas na
sala de costura:
Nona, deusa
estranha que a vida tece,
Ganha todos
os dias várias encomendas
E quando
pica o dedo com suas agulhas
Grita e
chora a dor de todos os partos.
São simples
encomendas apenas, sem paga,
Sem preço é
a vida que pelo seu fio passa.
Chora a mãe
de felicidade, chora a criança
Que vem à
luz; chora a Parca sua desgraça.
Décima dá
tamanho para o fio do condenado.
É triste o
labor desta deusa que cose a vida
Em bordado
único, sem cor, sempre inacabado.
Chorem as
divindades, que se revoltem os deuses,
Que chorem
Nona e Décima, pois não há piedade
Na cega
tesoura que a inclemente Morta carrega.
69. Napoleão: casamentos, prisão e morte
É notável esta descrição de alguns
aspectos de Bonaparte:
VIII.57
De soldat simple paruiendra en empire,
De robbe coture paruiendra à la longue:
Vaillant aux armes en
Eglise ou plus pyre,
Vexer les prestres comme l'eau fait l'esponge.
[De simples
soldado, ele se tornará imperador, de militar, passará a magistrado, tão
valente na guerra nocivo à Igreja, e perseguirá os padres como uma esponja
absorve a água].
Napoleão chegou a encarcerar o papa
Pio VII (1742-1823), que o excomunga. “Vós vos deixais levar pelos padres e
pelos nobres que querem restabelecer o dízimo”, disse Bonaparte ao povo em
1815. Pela perseguição à Igreja, alguns irados intérpretes de Nostradamus
consideram Napoleão o primeiro anticristo, palavra que não é utilizada pelo
profeta para designar o imperador francês.
Na seguinte sextilha, temos um
resumo dos matrimônios de Napoleão e a indicação de sua morte:
Sextilha 57
Peu après l’aliance faicte,
Avant solemniser la fest,
L’Empereur le tout
troublera,
Et la nouvelle mariée,
Au franc pays par fort liée,
Dans peu de temps après mourra.
[Pouco
depois de se casar e antes de fazer uma festa solene, o Imperador se
divorciará; e a nova recém-casada, fortemente ligada à França por casamento;
pouco tempo depois ele morrerá].
No dia 8 de março de 1796 Bonaparte
é nomeado general-em-chefe do Exército da Itália. No dia 16 ele casa-se com
Josefina de Beauharnais (1763-1814). O casamento religioso vai se dar somente
em primeiro de dezembro de 1804, no dia seguinte acontece a sagração de
Napoleão em Notre-Dame. Em 1809, Bonaparte se divorcia de Josefina. No dia 2 de
abril, ele recebe como nova esposa a arquiduquesa austríaca Maria Luísa
(1791-1847), na capela do Louvre. Nesse casamento, Bonaparte tem um único filho
que se tornará mais tarde Napoleão II da França.
Sobre sua morte, além do apresentado
na quadra em estudo, temos vários presságios:
I.98
Le chef qu'aura conduit peuple infiny
Loing de son ciel, de moeurs et langue estrange,
Cinq mil en Crete et Thessalie finy,
Le chef fuyant sauué en
marine grange.
[O chefe
que conduziu o povo imortal, longe do seu céu, acabará sua vida no meio do mar,
sobre uma ilha rochosa de cinco mil habitantes, de língua e costumes estranhos;
o chefe que queria fugir será guardado num celeiro no meio do mar – Latim: creta, rochedo; salvo, conservar. Origem
grega: Tessalie, o mar].
Em 1815, Napoleão rende-se aos
ingleses que o tratam como prisioneiro de guerra. Ele é mandado para Santa
Helena, ilha rochosa da África, no Atlântico. O ex-imperador dos franceses é
instalado no que fora construído para servir de celeiro para uma companhia de
soldados. A população da ilha nessa época: cinco mil habitantes.
I.88
Le diuin mal surprendra
le grand Prince,
Vn peu deuant aura femme
espousee,
Son appuy et credit à vn
coup viendra mince,
Conseil mourra pour la teste rasee.
[A maldição
divina surpreenderá o Grande Príncipe, pouco tempo depois de seu casamento; de
súbito, todo o apoio e crédito desaparecerão (fim do Império), o bom senso do
pequeno corso se apagará. – Latim: consillium:
bom senso].
Numa noite de tempestade, com 50
anos de idade, de 4 para 5 de maio de 1821, Napoleão irá morrer exilado na Ilha
de Santa Helena, ao lado de seus servidores, balbuciando algumas palavras
soltas: “Josefina”, foi a última delas, antes dele expirar definitivamente. Em
5 de Maio de 1821, com uma violenta tempestade assolando a ilha, Napoleão
morreu de uma úlcera no estômago – há controvérsias sobre um possível
envenenamento por Arsênio
70. Garibaldi e a unificação da Itália
VII.19
Le fort Nicene ne será combattu
Vaincu sera par rutilant metal:
Son faict sera um long
temps débatu
Aux citadins estrange espouvantal.
[O poderoso
vencedor de Nice não será combatido; será vencido pelo dinheiro. Seus atos
serão por muito tempo objeto de debate; esse estrangeiro semeará o terror entre
os burgueses].
Nice não pertencia à França quando
Giuseppe Garibaldi (1807-1822) nasceu. Essa cidade passou a ser francesa
somente em 1860, com o Tratado de Turim. Garibaldi é chamado de “herói de dois
mundos” porque participou de vários conflitos na Europa e América. No Brasil
participou da Revolução Farroupilha (1835-1845) contra o governo imperial.
Nacionalista, é o artífice da independência e unificação italiana. Na juventude
é atraído pelas ideias do socialista utópico Saint-Simon e integra-se ao grupo
secreto nacionalista “Jovem Itália”, que pretende a unificação do país. Aos 74
anos, Giuseppe Garibaldi morre em sua modesta casa na ilha de Caprera.
71. O fim do poder temporal do Papa
Como já foi destacado, Nostradamus
dedica boa parte de seus versos proféticos à Igreja Católica romana e a seus
pontífices, apontando seus erros, cismas, desvios de conduta e decadência
contínua. Certamente, o profeta francês tinha consciência de que os antigos tempos
de glória dos primeiros papas tinham sido mergulhados nas salobras águas dos
absurdos em nome da fé. A era dos grandes líderes espirituais e da Igreja
voltada aos assuntos celestes seria sucedida pela era do poder terreno da
Igreja, especialmente a partir de Gregório VII (1073-1085), que estabeleceu o
celibato do clero e instituiu a supremacia da Igreja sobre reis e príncipes
pela centralização do poder romano. O episódio da excomunhão do imperador
Henrique IV (1050-1106), em 1077, ilustra bem como se daria a relação de poder
da Igreja com os governantes daí para frente.
Henrique IV havia tentado depor o
papa e por isso perdeu o direito à comunhão e seus súditos príncipes foram
desobrigados de obediência ao poder imperial. “O imperador à vista disto foi
forçado a ir penitenciar-se perante o papa, em Canossa (1077), onde, vestido de
burel grosseiro e descalço na neve, esperou, no pátio do castelo, por três
dias, o perdão.” [H.G. Wells, V.2, p. 441].
No século XVI, o poder da Igreja
começava a ser contestado e a reação veio com a intensificação das perseguições
aos que ousavam pensar diferente dos eclesiásticos católicos. Para combater as
heresias protestantes, este poder quase que total da Igreja sobre a vida dos
homens estava presente nas torturas e sentenças de morte do Santo Ofício,
inclusive na época em que Nostradamus compunha seus versos. Qual não seria,
portanto, em torno de 1555, a satisfação de Nostradamus ao ver brotar de sua
pena o fim do poder temporal do papa em meio a mais uma guerra profetizada:
I.15
Mars nous menasse par sa force bellique,
Septante fois fera le sang espandre:
Auge et ruyne de l'Ecclesiastique
Et plus ceux qui d'eux rien voudront entendre.
[A Guerra
nos ameaça com sua força belicosa e fará correr sangue em (18)70. O
Eclesiástico será desprezado e arruinado, e haverá muitos que nem vão querer
ouvir falar dele].
O papa Pio IX abre o XX Concílio
Ecumênico em 8 de dezembro de 1869 – que se estenderá pelo ano seguinte. Pio IX
proclama a infalibilidade do papa (18 de julho de 1870). No dia seguinte, a
França declara guerra à Prússia. O papa tenta intervir no conflito sem sucesso.
Em 20 de setembro de 1870, a Porta Pia é bombardeada. As tropas do papa
resistem com coragem, porém é obrigada a hastear a bandeira branca. No mesmo
dia, a infalibilidade do papa é anulada e o Estado Pontifício deixa de existir.
72. A Belle
Époque e o cenário da guerra
III.18
Apres la pluye laict
asses longuette,
En plusieurs lieux de
Reims le ciel touché:
O quel conflict de sang pres d'eux s'apprester,
Peres et fils Roys
n'oseront approcher.
[Depois de
um período de calma e bastante longo, vários lugares ao redor Reims serão
atingidos pelo céu: Oh, que conflitos sangrentos se preparam. Pais e filhos,
governantes não ousarão se aproximar].
Já examinamos essa “calma longa” na
parte dedicada à economia. Porém, a essa época vamos acrescentar mais algumas
informações. No período de paz que vai de 1871 até o início da Primeira Guerra,
a Europa viveu seus melhores anos. A Belle
Époque (bela época) trouxe ao mundo um clima intelectual e artístico nunca
visto. Muito do que temos em nossa cultura, até mesmo o nosso modo de encarar o
mundo na modernidade, têm suas raízes nessa época de ouro.
A inovação parece ter sido a palavra
de ordem a embalar todos os países que entravam definitivamente na Era
Industrial. As novas invenções tornavam a vida menos penosa em todos os níveis
sociais. Estava-se num período culturalmente agitado: cabarés e o cinema na
moda, dando início à indústria do entretenimento. A arte avançava para o
Impressionismo e a Art Nouveau. As
cidades tomavam suas formas modernas, com a luz elétrica, motores a vapor e à
combustão. As grandes massas operárias nos países industrializados usavam novos
meios de transporte e os capitalistas aportavam grande quantidade de recursos
nas inovações que eram traduzidos em lucros.
Por outro lado, uma época de
permissividade, com a moral puritana sofrendo grandes baixas. “Na década de
1860, havia nove mil prostitutas em Liverpool, uma sexta parte delas com menos
de 16 anos” [Thonson, p.481]. Nesta mesma década, estimava-se que metade dos
homens contara com os serviços de uma prostitua. No ano de 1900, entre 14 e 17%
dos óbitos em França tinham por causa a sífilis, doença sexualmente
transmissível. Mas, esse período relativamente longo de paz e permissivo será
interrompido em 1914 com a eclosão da Primeira Grande Guerra, conforme
profetiza Nostradamus na quadra analisada.
73. A gripe espanhola no final da guerra
IX.55
L’horrible guerre qu’en
Occident s’appreste,
L’an ensuyvant viendra la
pestilence
Si fort terrible que
jeune, vieil et beste,
Sang, feu, Mercur, Mars,
Jupiter, en France.
[A horrível
guerra que se prepara no Ocidente; em seguida virá uma epidemia tão terrível,
que atingirá os jovens, os velhos, os animais, quando o fogo, o sangue, a
pilhagem, a guerra, a aviação chegarem à França. – Mitologia: Mercúrio, filho
de Júpiter, mensageiro dos deuses, deus do comércio e dos ladrões; Júpiter,
deus soberano do céu e do mundo].
Em 1918, calcula-se que a gripe
espanhola matou mais de 15 milhões de pessoas no mundo todo, inclusive no
Brasil. Quanto a guerra propriamente dita, que foi pensada detalhadamente pela
Alemanha nos anos de paz, temos a duração de quatro anos e três meses,
arrastando para si quase todos os homens do mundo ocidental. “Acima de oito
milhões de pessoas haviam sido mortas em combate e vinte ou vinte e cinco
milhões haviam sucumbido às durezas, desordens e miséria resultantes. Dezenas e
dezenas de milhões estavam sofrendo ou se achavam enfraquecidos por subnutrição
e penúria.” [Wells, V.3, p. 489].
74. A Revolução Comunista na Rússia
Vários são vaticínios de Nostradamus
que abordam a Revolução Russa, ou Bolchevique, de 1917:
Présage LXII. Iuin.
Courses de LOIN, ne
s'apprester conflits,
Triste entreprise. l'air
pestilent, hideux:
De toutes parts les
Grands seront afflits,
Et dix & sept
assaillir vint & deux.
[As
incursões hostis virão de longe, de homens que não estarão preparados para o
conflito, por causa de um triste empreendimento (a revolução), que tornará o ar
irrespirável e odioso; de todos os lados chefes de Estado serão afligidos e
atacarão (os russos) de 1917 a 1922].
Présage LXXXIX. Octobre.
Voicy le mois par maux
tant à doubter,
Mors, tous seigner peste,
faim, quereller:
Ceux du rebours d'exil
viendront noter,
Grands, secrets, morts,
non de contreroller.
[Eis o mês
(outubro) notável pelas desgraças que trará. Todos aqueles da bandeira vermelha
trarão a morte, a doença, a fome e a guerra civil. Os seus oponentes serão
condenados ao exílio, e não será possível controlar a morte dos grandes, que
permanecerá secreta].
Dona de uma aristocracia riquíssima
e população praticamente miserável, a Rússia começa seu processo de
industrialização tardiamente em relação a outros estados europeus, em 1890. Com
a indústria surgem os primeiros centros operários urbanos e os grupos
marxistas, entre os quais, o Partido Operário Social-democrata Russo (POSDR).
Em 1905, a derrota da Rússia na guerra contra o Japão pela posse da Manchúria
enfraquece o regime do czar Nicolau II e desencadeia o movimento revolucionário
entre os operários. A situação se agrava com a participação russa na I Guerra
Mundial, com grandes perdas materiais e humanas. Em março de 1917 (fevereiro
pelo calendário juliano), Nicolau II (1868-1918) é derrubado. A revolução é
liderada pela ala moderada do POSDR, conhecida como menchevique, que substitui
a monarquia pela república parlamentar. O governo menchevique perde apoio
popular ao insistir na participação da Rússia na guerra e em novembro de 1917
(outubro no calendário juliano) e os bolcheviques, ala radical do partido, tomam
o poder, tendo no comando Vladimir Lênin (1870-1924).
Curiosamente, o grande líder russo
desdenhava os vaticínios. “Naquela mesma noite do dia 24, Lênin tapou o rosto
com um lenço, pôs um boné na cabeça, escreveu um breve bilhete para a dona da
casa onde estava hospedado, Margarita Fofanova – Fui para onde não queria que
eu fosse. Adeus, Ilicht –, e partiu para o Smolni para ajudar no comando da
insurreição.” [Gomes, p. 182]. Fofanova temia pela vida do revolucionário e o
alertara de seus maus pressentimentos.
O novo governo comunista assombra o
mundo capitalista ao distribuir terras para os camponeses e transferir o
controle da indústria a representantes dos operários. A família imperial foi
mantida prisioneira no palácio de Alexander. Em março de 17, Nicolau II, ainda
na prisão, assina sua abdicação, com os revolucionários cada vez mais
inflamados, os Romanov são transferidos para a Sibéria. Na madrugada de 17 de
julho de 1918, a família e os quatro empregados que os acompanhavam foram
acordados. Disseram que era para todos se arrumarem para tirar uma foto que
seria mostrada aos russos como prova que estavam vivos. Depois de vestidos
foram levados ao porão. Algum tempo depois alguns soldados armados de fuzis
entram no porão e começam a fuzilaria. Nicolau morreu com um tiro na cabeça.
Porém, para surpresa dos guardas as duquesas não caíram, foram espancadas até a
morte. Os soldados descobriram que elas tinham costurado jóias nos corpetes e
que essas jóias haviam funcionado como um escudo contra as balas. Todos
receberam um banho de ácido para dificultar a identificação e foram enterrados
numa vala comum.
Mesmo com a família real eliminada,
o domínio total somente será alcançado pelos bolcheviques depois de quatro anos
de guerra civil. Nesse período Leon Trotski (1879-1940) enfrenta forças de oposição
internas e externas, forças armadas de potências estrangeiras, grupos
nacionalistas de etnias não russas e os próprios mencheviques.
“Na Rússia, a violência assumiu a
forma esperada após uma revolução, mas havia também um caráter particularmente
cruel no novo regime russo. Lênin não apenas sofrera um longo exílio e grandes
dificuldades pessoais, mas também demonstrara sua aversão a acordos,
dedicando-se totalmente à sua própria visão do marxismo. Anunciou a intenção de
‘limpar as terras da Rússia de todas as formas de insetos daninhos’, e endossou
o tema da nova polícia secreta, a Cheka: Vamos bater nossos punhos tão forte na
mesa que o mundo irá tremer de pavor.” [Thomson, p. 502].
Em 1922 é criada a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que reunia os antigos territórios do
império russo. Com a morte de Lênin em 1924, Josef Stalin (1878-1963) assume o
poder no Estado Soviético. Stalin estará presente como protagonista em dois
eventos sangrentos do século XX, os expurgos do Partido Comunista Soviética e a
Segunda Guerra Mundial. Entre os anos de 1934 e 1939, avalia-se que Stalin
tenha liquidado cerca de dois terços dos quadros do Partido Comunista da URSS,
cinco mil oficiais do Exército acima da patente de major, 13 de 15 generais de
cinco estrelas do Exército Vermelho – criado durante a Revolução Russa por Leon
Trotsky, que também seria assassinado, e inúmeros civis, considerados
"inimigos do povo". Na Segunda Guerra, estima-se que 60 milhões de
almas deixaram esse mundo, sendo que 27 milhões eram russas.
75. A Segunda Guerra – Hitler
Nostradamus dedica uma infinidade de
quadras e sextilhas à maior guerra já vista até agora no planeta. Este conflito
militar de escala global envolveu países de todos os continentes e vai se
estender de 1939 a 1945. Dentre as personagens que comandaram a guerra, merecem
a atenção do vidente francês, Adolf Hitler (1889-1945) e Benito Mussolini
(1883-1945).
III.58
Aupres du Rhin des montaignes Noriques
Naistra vn grand de gens trop trard venu,
Qui defendra Saurome et Pannoniques,
Qu'on ne sçaura qu'il sera deuenu.
[Perto do
Reno nascerá nos Alpes Nóricos, um grande chefe de homens que nascerão muito
tarde; ele se defenderá contra os russos e os húngaros; e não saberá o que foi
feito dele. – Nórico, referente ao nome de antiga região que reunia Salzburgo e
Áustria; Sauromatas ou sármatas, habitantes da região que compreende hoje a
Polônia e a Rússia (Sarmácia); Pannoniques, referente ao antigo nome da
Hungria].
III.35
Du plus profond de
l'Occident d'Europe,
De pauures gens vn ieune enfant naistra,
Qui par sa langue seduira grande troupe,
Sont bruit au regne
d'Orient plus croistra.
[Da região
mais a leste da Europa Ocidental, uma criança nascerá de pais pobres. Ele
seduzirá grandes multidões com seus discursos e fará muito barulho no caminho
do poder a leste].
VI.84
Celuy qu'en Sparte Claude
ne peut regner,
Il fera tant par voye seductiue:
Que du court, long, le
fera araigner,
Que contre Roy fera sa perspectiue.
[Aquele que, como Cláudio, e como em Esparta,
não tem aquilo para reinar, fará tanto por meio da sedução: do curto e longo
discurso, que realizará uma ação contra o governo].
Sextilha 53
Plusieurs mourront avant que Phoenix meure,
Jusques six cents septante est sa demeure,
Passé quinze ans, vingt et un, trente-neuf,
Le premier est subjet à malaide,
Et le second ao fer danger de vie,
Au feu à l’eau est subjet trente-neuf.
[Muitos
homens morrerão antes que a Fênix morra. Depois de cinqüenta e cinco anos e dez
meses, ele encontrará sua (derradeira) morada quando tiver passado os anos de
1915, 1921, 1939. Em 1915 ele será atacado por uma doença (sífilis); em 1921,
terá uma força guerreira perigosa para a sua vida; em 1939, será sujeito a um
dilúvio de fogo]
Adolf Hitler nasceu em Braunau sobre
o Inn, na alta Áustria, fronteira com a Alemanha, em 1889. De origem humilde,
filho de um guarda alfandegário e de uma dona de casa, ele vai estudar desenho
em Viena, onde tem contato com as idéias antisemitas e anticomunistas. Em 1918,
torna-se cabo do Exército alemão e é condecorado duas vezes por bravura. Em
1921 passa a dirigir o Partido Operário Alemão (DAP), que é transformado no
Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), chamado de
“Nazi”. É preso em 1923, depois de uma tentativa de golpe de Estado. Na
confortável prisão, escreve Mein Kampf
(Minha Luta), livro em que expõe o ideário nazista.
Com a cidadania alemã, ele é nomeado
chanceler em 1933. Hitler instaura uma ditadura e assume para si o título de führer (guia do povo alemão). Seus discursos
eram hipnóticos e deixavam maravilhadas as multidões que eram arrastadas para
as grandes demonstrações públicas do poder nazista, depois ampliadas na forma
de propaganda pelo rádio e cinema. “Hitler conhecia a Alemanha; sua brilhante
oratória, auxiliada pelos treinamentos astuciosos que recebera, aquecia os
corações de muitos alemães que sentiam que sua nação e seu mundo haviam sido
injustamente torpedeados em 1918. Falava com tanta energia física e emocional
que sua camisa, depois de um discurso de duas horas, ficava encharcada de suor.
O recém-inventado alto-falante e o rádio ajudaram a difundir sua mensagem;
poucos líderes da Europa foram mais velozes do que ele em lançar mão de
inovações.” [Blainey, p.298].
Na profecia de Nostradamus aparece: “Ele
seduzirá grandes multidões com seus discursos e fará muito barulho no caminho
do poder a leste”. Deduz-se que este “caminho leste” nada mais é do que o
espaço que separava a fronteira da Alemanha até Moscou e Stalingrado, na
fracassada tentativa de invasão do território russo pelo exército do Führer.
Mais adiante teremos oportunidade de ver alguns episódios da Segunda Guerra
ilustrados pelos versos de Nostradamus.
Há de se
examinar agora como foi a morte do ditador alemão e como ela bate exatamente com
o vaticínio produzido no século XVI. A riqueza de detalhes impressiona.
Na madrugada do dia 29 de abril de
1945, uma segunda-feira, Hitler casa-se com Eva Braun, até então sua amante. Às
15h30 do dia seguinte, uma segunda-feira, os corpos de Hitler e de Eva são
retirados do Bunker envolvidos em uma coberta e colocados numa cratera escavada
por uma bomba, são banhados de gasolina e em seguida incinerados. A versão dos
nazistas em primeiro de maio: o Führer
caiu na chancelaria do Reich em seu posto de comando... Mas a versão foi
desmentida logo em seguida pelos próprios colaboradores de Hitler no Bunker. Os
soviéticos demoram a achar os restos mortais de Hitler, o que deu vazão a uma
série de boatos. Somente no dia 4 de maio é que os corpos são encontrados.
Depois da autópsia, os russos confirmam que os dentes que sobraram eram de
Adolf Hitler, que havia se matado supostamente com uma cápsula de cianureto e
um tiro na cabeça. Hitler ficou 13 anos no poder (1933-1945), o mesmo tempo que
o imperador Cláudio (Tiberius Claudius
Caesar Augustus Germanicus, 10 a.C-54 d.C) permaneceu diante do Império
Romano, de 41 até 54 d.C.
Vários são os pontos interessantes
da biografia de Cláudio comparada com a de Hitler. Cláudio foi o primeiro
imperador romano nascido fora da península italiana, em Lyon (Lugdunum), Gália, hoje França – Hitler
não era alemão, nasceu austríaco. Cláudio parecia fraco fisicamente, coxo
(claudicante – vem dele essa palavra) e considerado tolo pelos militares e pela
própria mãe, mas foi querido pelo povo e conseguiu expandir as fronteiras
romanas, conquistando inclusive a Britânia. Hitler foi subestimado pelos
oficiais prussianos e pelo presidente alemão Paul von Hindenburg (1847-1934)
que o nomeou chanceler, não levando muito a sério a sua capacidade política e a
dos nazistas. A figura de Hitler também foi ridicularizada. A comédia
cinematográfica The Great Dictator (O
Grande Ditador) de 1940, por Charles Chaplin, levou ao mundo todas as facetas
doentias de Hitler.
Foi Cláudio quem iniciou a perseguição
aos primeiros cristãos em Roma, que os romanos confundiam com os judeus. “Os
judeus sublevados constantemente por incitamento de Cresto (Cristo) foram
expulsos de Roma por ele.” [Suetônio, p. 263]. E por último, como Hitler,
Cláudio era desconfiado no que diz respeito à segurança. “Não havia ninguém
mais desconfiado e prudente do que ele. Estando nos primeiros dias de seu
reinado, embora fingisse, como já foi dito, maneiras de um simples cidadão,
nunca ousou comparecer aos festins a não ser rodeado de batedores, armados de
lanças, como também servido de soldados.” [Suetônio, p. 269].
Dentre os devaneios que envolvem a
morte de Hitler, está a suposição de que o corpo encontrado não era o dele, a
confirmação fora feita apenas com os testemunhos dos prisioneiros que haviam
cuidado dos últimos momentos do casal e por um exame da arcada dentária de um
cadáver desfigurado pelo fogo. O próprio Stalin teria produzido mais um boato
conversando em Potsdam com o presidente norte-americano Harry Truman (1884-1972),
dando como paradeiro de Hitler na França ou Argentina. “Em 1945 Stalin tinha
uma preocupação permanente: liquidar com tudo o que de fascista pudesse existir
no mundo. Na luta que queria continuar neste terreno, interessava-lhe,
sobretudo, que seus aliados não o deixassem sozinho. Eis porque deu o grito de
alerta: Hitler está vivo!” [Alain Decoux, “História”, janeiro de 1969].
Nas contas de Nostradamus, que na
sextilha identifica as fases da vida de Hitler, ele viveria, e como de fato
viveu, seiscentos e setenta meses – de abril de 1889 a março de 1954. A
comparação de Hitler com a Fênix é brilhante. A mitologia diz que esta ave
tinha o tamanho de uma águia e quando sentia que seu fim estava próximo,
construía um ninho de ramos untados com resinas, expunha-os ao calor do sol e
ali se deixava consumir. Nas fases da vida de Hitler identificada pelo profeta:
1889, nascimento; 1915, ferido duas vezes na Primeira Guerra; 1921, o partido
“Nazi” conta com mais de seis mil membros e é formada a Sturm-Abteilungen (SA),
a “guarda de Hitler”; 1939, invasão da Polônia e início da guerra.
Outras lendas existem sobre supostas
fugas de Hitler. Uma delas repercutiu nos jornais em 1967, Hitler teria morrido
em 1964 com a idade de 75 anos, em Angola.
76. A perseguição aos judeus – o Holocausto
IX.17
Le tiers premier pis que
ne fit Neron,
Vuidez vaillant que sang humain respandre:
Rédifier fera le forneron,
Siecle d'or mort, nouueau Roy grâd esclandre.
[A primeira
personagem do terceiro Reich fará pior do que Nero. Ele será também monstruoso
para derramar o sangue humano; ele mandará construir fornos; a prosperidade
terá fim e esse novo chefe será causa de grandes escândalos].
IX.53
Le Neron ieune dans le
trois cheminees,
Fera de paiges vifs pour ardoir ietter:
Heureux qui loing sera de tels menees,
Trois de son sang le
feront mort guetter.
[O novo
Nero fará jogar nos três fornos (Auschwitz, Dachau e Birkenau) os jovens, para
queimá-los vivos. Feliz será aquele estiver longe desses atos. Três do seu
sangue o vigiarão para fazê-lo perecer].
Hitler, o “primeiro” da Alemanha,
chanceler (le premier), é nomeado
legalmente pelo presidente Hindenburg em 1933, no ano seguinte assume o poder
absoluto por meio de polêmico plebiscito. A crise de 1929, a grande depressão,
e uma Alemanha empobrecida e humilhada depois da Primeira Guerra são os
cenários que proporcionaram a ascensão dos nazi-fascistas. Sob o ponto de vista
político-econômico, os regimes fascistas são caracterizados pelo
intervencionismo, o concentracionismo e o nacionalismo. Hitler fez do Estado
Alemão o principal consumidor, empregador e monopolizador do comércio exterior,
centrado na política de rearmamento. “Por meio desta é que a Alemanha nazista
conseguiu reduzir o desemprego – um dos grandes responsáveis, aliás, no início
de 1933, pelo período agudo da recessão – de seis milhões de desempregados em
1933 para apenas um milhão em 1936.” [Franco Júnior & Chacon, p.215]
Com essa prosperidade inicial, os
nazistas conseguiram devolver a confiança ao povo alemão, ao mesmo tempo em que
convenciam esse mesmo povo da superioridade da raça ariana sobre as outras. Os
crimes cometidos pelos nazistas e fascistas não encontram paradigmas na
história do mundo civilizado, a não ser o imperador romano Nero, que incendiou
Roma e persegui os cristãos. Mas mesmo assim, essa comparação de Hitler com
Nero é extremamente exagerada, posto que o número de vítimas da loucura do
imperador romano não chega nem perto ao do holocausto imposto ao povo judeu
(estima-se que os nazistas tenham matado seis milhões de judeus durante a
guerra). Nunca, em nossa história, tantos demônios estiveram juntos ao mesmo
tempo para causar sofrimento por meio de atrocidades animais a milhões de
pessoas.
Não vamos aqui descrever os crimes
racistas dos outros dois países do Eixo, Itália e Japão. Fiquemos, e o que já é
de bom tamanho, apenas aos crimes sob o comando de Hitler que contava com a
perversidade de seus generais e homens para executá-los. Hermann Goering
(1893-1946), por exemplo, que foi o principal fundador da terrível Gestapo
(polícia política e secreta) e o principal ideólogo da “Solução Final” aplicada
ao povo judeu nos campos de concentração. Heinrich Himmler (1900-1945),
obcecado racista que assumiu a responsabilidade pela morte de pelo menos cinco milhões
de judeus e por “experimentos médicos” sem o uso de anestesia ou qualquer
misericórdia. Reinhard Heydrich (1902-1942), “o Carrasco”, que na sua “Solução
Final” imaginava um plano para a remoção de 11 milhões de judeus de toda a
Europa e equivalia ao projeto de Hitler, de 1941, para reduzir a população da
Rússia Soviética a 30 milhões de habitantes e tudo justificado na propaganda de
Joseph Goebbels (1897-1945) que desenvolveu os “fundamentos teóricos da raça
superior”. “Em 1941, com o ataque alemão aos russos, considerados subumanos, o
holocausto deu um passo à frente; em dois dias, em Kiev, 33 mil judeus foram
mortos, 16 mil em Pinsh, o verdadeiro começo da ‘Solução Final’, que levou a
Aushwitz, onde diariamente 12 mil pessoas eram assassinadas em câmaras de gás.
Isso até os últimos anos da guerra.” [Thomson, p. 511]. Em todos os campos de
concentração os corpos das vítimas eram queimados nos fornos crematórios (cheminées).
“Quando Três do seu sangue o
vigiarão para fazê-lo perecer”, esse verso se refere ao atentado fracassado de
20 de julho de 1944 em que Hitler escapou com alguns ferimentos. O atentado a
bomba foi chefiado por Karl Goerdeler (1884-1945), ex-burgomestre de Leipzig, e
executado pelo general Ludwig Beck (1880-1944), junto com o coronel Claus von
Stauffenberg (1907-1944).
77. Nostradamus compara Hitler a Nero
O paralelo que Nostradamus nos
propõe entre as vidas de Nero (Nero
Claudius Cæsar Augustus Germanicus, 37-68 d.C) e Hitler é notável. Pouco
antes de morrer, em 66, Nero enviou Vespasiano (Titus Flavius Vespasianus, 9-79 d.C) para sufocar uma rebelião na
Judéia. Em 70, os soldados de Vespasiano destroem a cidade de Jerusalém,
destroçam o seu templo, e determinam a Segunda Diáspora dos hebreus, processo
já iniciado nos meados dos anos 60.
Nero sucedeu a Cláudio e governou
Roma por 13 anos e nove meses. Da mesma forma que Hitler, que fora um medíocre
pintor, Nero se considerava artista. “Também teve um verdadeiro pendor pela
pintura e pela escultura. Tinha, principalmente, uma avidez por popularidade e
era o rival de todos aqueles que, desta ou daquela maneira, exerciam influência
sobre as multidões.” [Suetônio, p. 320].
De acordo com o historiador
Suetônio, Nero infligia suplícios aos cristãos, “espécie de homens afeitos a
uma superstição nova e maligna”. Ou seja, o imperador já havia descoberto o
perigo da nova seita para a religião tradicional romana antes mesmo do incêndio
de Roma e, assim, ficam reforçadas as teses de que os cristãos foram os bodes
expiatórios usados por Nero para tirar de si a culpa por esse crime, ocorrido
na noite de 31 de julho de 64. A cidade ardeu por cinco dias. Entretanto, não
está claro qual foi a causa do incêndio. Os cristãos teriam recebido o suplício
de serem atirados vivos a feras e ao fogo.
O historiador Gibbon sustenta que a
primeira perseguição a cristãos ocorreu após o incêndio de Roma e que Nero,
para se livrar dos boatos que imputavam culpa, “resolveu substituir-se por
alguns criminosos fictícios”. A repressão durou pouco e se confinou às muralhas
de Roma. Gibbon sugere que o verdadeiro alvo da perseguição pode não ter sido
os cristãos, “mas uma seita judia cismática conhecida como gaulonitas”.
[Gibbon, p.238].
O último paralelo entre Hitler e
Nero está na morte dessas duas nefastas personagens: o suicídio. Nero foi
considerado pelo Senado inimigo do povo romano e fugiu pela Via Salária, antes
de ser alcançado pelos seus perseguidores, ele pediu para um de seus servos que
lhe matasse.
78. Hitler, o grande velhaco
V.5
Soubs ombre feincte d'oster de seruitude,
Peuple et cité l'vsurpera luy-mesmes
Pire fera par fraux de ieune pute,
Liuré au champ lisant le faux poësme.
[Sob a
aparência de libertar os povos da servidão, ele próprio usurpará o poder do
povo e da cidade. Realizará o pior, por velhacaria, graças a uma nova
República, seguindo, para o combate, as ideias falsas da primeira parte de seu
livro – Latim: fraus, má-fé, engano,
logro; puta, termo que até hoje é
injurioso para moça].
Essa quadra de Nostradamus demonstra
como costumam atuar os grandes enganadores das multidões. São sujeitos que
falam em liberdade, entretanto, pela velhacaria, acabam escravizando os cegos a
seus serviços. Hitler seguiu esse roteiro dos infames. Como já foi mencionado,
um dos instrumentos para a propagação do ideário nazista deu-se com a edição do
livro Mein Kampf (Minha Luta) em dois
volumes de autoria do próprio Hitler. Na primeira parte desse livro, publicada
em 1925, ele expressou suas ideias anti-semitas, racistas, nacionalistas e
socialistas. Na segunda, editada no ano seguinte, o conteúdo é mais voltado à
orientação doutrinária do Partido Nazista.
79. As seitas secretas nazistas
III.76
En Germanie naistront
diuerses sectes,
S'approchant fort de
l'heureux paganisme,
Le coeur captif et
petites receptes,
Feront retour à payer le
vray disme.
[Nascerão
diversas seitas na Alemanha, que farão lembrar o alegre paganismo; o espírito
cativo e seus recursos muito fracos os farão dizimar todos à sua volta].
Adolf Hitler esteve muito próximo à
Sociedade Thule, fundada em 1918. Oficialmente era o “grupo de estudos para a
antiguidade germânica”, que tira seu nome da Thule antiga que designava, para
os gregos e romanos, a região mais ao Norte do Atlântico – uma Atlântida
nórdica. Thule teria sido um continente de gelo abrigando uma rica civilização
que migrou para Europa, especificamente para a Alemanha, depois que o seu
antigo continente fora engolido pelas águas.
Extremamente racista, a Sociedade
Thule pede para seus membros provas de suas origens arianas remontando a três
gerações e realiza rituais que exaltavam os valores bélicos e o paganismo dos
primeiros germânicos. Os auxiliares mais íntimos de Hitler pertenciam a esta
seita, entre eles, seu braço direito Rudolf Hess. A cruz gamada dos nazistas
foi copiada da cruz que era utilizado como símbolo Thule, bem como as cores das
bandeiras nazistas.
Na mesma linha da Sociedade Thule,
surge em 1935, a Ahnenerbe, oficialmente "sociedade de estudo de
intelectuais de História Antiga", fundada por Heinrich Himmler com o
objetivo principal de dar suportes as teorias da superioridade da raça ariana e
provar que os nórdicos já haviam dominado o mundo. Os ideais dessas sociedades
inspiraram as criações das SA, SS e Associação da Juventude Hitlerista. Os
membros dessas “seitas” substituem o casamento religioso pelas núpcias
ancestrais, celebradas pelos
chefes de unidades SS. Nesse neopaganismo germânico, tudo era feito
para que o casal se afastasse da igreja e seguisse somente o pensamento
nazista.
80. A Linha Maginot e Paris Ocupada
IV.80
Pres du grand fleuue grand fosse terre egeste,
En quinze pars sera l'eau diuisee:
La cité prinse, feu, sang cris conflict mettre.
Et la pluspart concerne
au collisee.
[Perto do
grande rio será cavada uma grande trincheira, os rios serão divididos em 15
partes. A cidade será tomada e o conflito trará fogo e sangue e maior parte
será envolvida no conflito. – Latim: fossa,
trincheira; egestu penitus cavare terras, cavar retirando a terra; concerno, misturo; collisio, colisão, choque].
Depois da Primeira Guerra, a França
consolidou uma “trincheira” de 400 quilômetros junto à fronteira com a
Alemanha. Conhecida como Linha Maginot, era uma verdadeira barreira fortificada
que teoricamente protegia o país de qualquer avanço germânico. Sob o ponto de
vista da guerra de posição, ou de trincheira, princípio que orientou a Primeira
Guerra, a ideia parecia genial. Entretanto, as novas táticas de guerra
avançaram para uma doutrina de movimento, ofensiva e não defensiva. O que
tornou a Linha Maginot obsoleta e ineficaz. Caso o comando do Exército Francês
estivesse mais atento, ele teria visto os primeiros sinais do possível fracasso
da linha de trincheiras no estudo do combate à Coluna Miguel Couto-Prestes, no
Brasil entre 1925 e 1927.
As tropas brasileiras foram
treinadas e assessoradas pelos oficiais franceses depois da Primeira Guerra
dentro da doutrina da guerra de posição e teve imensas dificuldades nos
combates com a Coluna, que praticava a guerra de movimento. É exemplar o
episódio de Catanduvas, região Oeste do Paraná, em que a Coluna venceu o cerco
das tropas regulares, passando pelo meio das linhas estáticas dos soldados do
Exército. A confusão foi tanta, que as duas linhas do cerco abriram fogo uma
contra a outra, enquanto a Coluna Prestes nada sofria.
Além disso, durante a ocupação da
Polônia e na Guerra Civil Espanhola, os alemães já haviam demonstrado os
efeitos da doutrina da guerra-relâmpago (Blitzkieg), que leva em conta o fator
surpresa, movimentos rápidos e fulminantes, com uma grande movimentação de
blindados, infantaria, apoio aéreo e a interrupção das comunicações inimigas.
Flanqueando a Linha Maginot, através das florestas das Ardenas, em 14 de junho
de 1940, os soldados alemães ocupam Paris usando essas novas táticas de guerra.
No final de 1940, a Alemanha dominava quase toda a Europa.
81. Nascimento e morte de Mussolini
IX.2
Du haut du mont Auentin
voix ouye,
Vuydez vuydez de tous les deux costez:
Du sang des rouges sera l'ire assomye,
D'Arimin Prato, Columna debotez.
[Aqueles
que vão se retirar do monte Aventino se farão ouvir; dos dois lados, todos
serão destruídos. A cólera dos vermelhos será sobrecarregada com sangue. O
originário de Rimini-Prato e os outros de Piazza Colonna serão expulsos].
VI.31
Roy trouuera ce qu'il desiroit tant,
Quand le Prelat sera reprins à tort:
Responce au Duc le rendra mal content,
Qui dans Milan mettra plusieurs à mort.
[O chefe
encontrará aquele que tanto desejava encontrar quando o cardeal for acusado
injustamente por causa de sua resposta, que desagradará o Duce, e ele mandará
matar muitos em Milão].
Em sua biografia, Benito Mussolini
(1883-1945) revela que nasceu em Predápio, um vilarejo localizado bem no centro
do eixo de 100 quilômetros que separa Rimini de Prato. Mussolini tornou-se primeiro-ministro
da Itália em 1922. Em 1925, ele começou a usar o título “Il Duce” (latim: dux, ducis, general, chefe, condutor).
Ele também criou para si a patente militar de Marechal do Império.
Il Duce foi fundador do Fascismo
italiano quase nos mesmos moldes do Nazismo alemão: nacionalista,
corporativista, expansionista que pregava o progresso social, além do combate
ao comunismo. Outra faceta do fascismo é a forte censura à liberdade de
opinião, imprensa e meios de propaganda.
No ano de 1935, ele invade a
Abissínia (Etiópia). Nesta guerra foram usadas armas químicas, o que custou
mais de meio milhão de vidas. Em 1936, depois de perder o apoio da França e
Inglaterra, Mussolini assinou com a Alemanha e Japão o Pacto Tripartite,
aliança político-militar dos países chamados do “Eixo”.
Na Segunda Guerra Mundial, Il Duce
combateu junto com a Alemanha e, após várias derrotas e com o desembarque
aliado na Sicília, foi derrubado do governo e preso em 1943. Libertado pelos
nazistas, ele funda a República Social Italiana no Norte do país, ainda
defendido pelas tropas alemãs. Em 1945 foi preso pela resistência italiana e
morto no dia 28 de abril, junto com a sua amante Clara Petacci (1912-1945),
pertencente à alta sociedade italiana, vinte e oito anos mais jovem que
Mussolini.
O seu corpo e o de Clara Petacci
ficaram expostos à execração pública durante vários dias, na Piazza Loreto em
Milão. Nas quadras, o prelado que aparece é o cardeal Alfredo Idelfonso
Schuster (1880-1954), arcebispo de Milão, mais tarde beatificado e que, em
1945, se fez portador de uma carta de Mussolini aos países aliados. Mussolini
pedia garantias para a população caso o Exército alemão se retirasse totalmente
da Itália. Os aliados não responderam à carta, o que desagradou o Duce em relação
ao cardeal. Na primeira quadra, os refugiados no monte Aventino, são os
deputados de oposição a Mussolini.
82. A queda do Terceiro Reich
VIII.81
Le neuf empire en
desolation,
Sera changé du pole aquilonaire:
De la Sicile viendra l'esmotion,
Troubler l'emprise à Phillip. tributaire.
[O novo
império ficará desolado e será alterado pelos que vem do Norte e EUA: a partir
da Sicília serão perseguidos e o empreendimento de Philippe que pagava tributo
será perturbado].
Desde a Primeira Guerra Púnica (264 e
241 a.C), travada entre Cartago e a República de Roma, a Sicília tem
importância estratégica tanto para a defesa quanto para a invasão do continente
europeu. Situada no Mediterrâneo, essa ilha é a porta de entrada para a Itália.
Depois de duros combates na África
do Norte contra as forças italianas e alemãs, no dia 10 de julho de 1943, as
tropas aliadas desembarcam na Sicília. A Operação Husky, como foi batizada
pelos aliados, mobilizou 500 mil soldados britânicos, norte-americanos,
canadenses e libertou toda a Sicília em apenas 38 dias.
Depois de oferecerem resistência, os
soldados alemães se retiraram para o continente. Em 3 de setembro, as tropas
aliadas atravessam o estreito de Messina, iniciando de fato a invasão da
Europa. Saldo da barbárie: 130 mil italianos, 37 mil alemães e 31 mil soldados
aliados foram mortos ou feridos.
A partir
daí, as tropas alemãs foram recuando para o Norte, mas oferecendo grande
resistência. A participação do Brasil dá-se um pouco mais tarde em terreno
italiano e ao lado de tropas norte-americanas. A Força Expedicionária
Brasileira (FEB) ofereceu combate aos alemães em Monte Castello, Castelnuovo,
Montese e Collecchio. No esforço de guerra, a FEB mobilizou mais de 25 mil
soldados, com a perda de 943 homens.
Ao mesmo tempo em que as tropas
nazistas recuavam na Itália, o Exército russo descia pelo Norte e os aliados
começariam a avançar em outra frente, da França para a Alemanha, após o
desembarque na Normandia (1944), com o objetivo de capturar Berlim. Fato
notável nessa quadra é a citação do nome Philippe. Depois da ocupação em 1940,
a França foi colocada sob comando de um governo fantoche imposto e sustentado
pelos nazistas, chamado de “Regime de Vichy” que tem como seu principal
protagonista o marechal Henri Philippe Benoni Omer Joseph Pétain (1856-1951)
que, ao final da guerra foi condenado à morte (convertida em prisão perpétua)
acusado de colaborar com os nazistas, a quem pagou tributos.
83. O desembarque na Normandia
I.29
Quand le poisson terrestre & aquatique
Par forte vague au grauier sera mis,
Sa forme estrange suaue et horrifique,
Par mes aux meurs bien tost les ennemis.
[Quando o
peixe terrestre e aquático, por forte onda desembarcar, sua formação de
estrangeiros será agradável e aterrorizante e logo chegará aos inimigos por mar
até as falésias].
Nostradamus descreve máquinas
anfíbias desembarcando grandes ondas de soldados estrangeiros no solo da
Normandia, o que será aterrorizante para os nazistas, porém agradável aos
franceses. Pelo mar, as tropas atingem as praias e falésias da costa.
Até hoje, essa operação militar na
Normandia é considerada a maior invasão marítima da história. Cerca de três
milhões de soldados cruzaram o Canal da Mancha em direção à França ocupada. A
quantidade de material bélico mobilizado também impressiona: 10 mil aviões,
1.200 barcos de guerra e mais de 5 mil barcos de transporte.
Na madrugada do Dia D, 6 de junho,
milhares de bombardeiros e barcos atacaram as defesas de Hitler entre o rio
Sena e o porto de Cherburgo. Às seis e meia da manhã, as primeiras tropas
alcançam as praias da Normandia. Em apenas 48 horas, os aliados abriram caminho
ao longo da Muralha do Atlântico rumo à Alemanha.
Esse monumental desembarque é bem
retratado no premiado filme “O Resgate do Soldado Ryan” (Saving Private Ryan) dirigido por Steven Spielberg e estrelado por
Tom Hanks. As cenas iniciais dessa película cinematográfica nos mostram, com
extremo realismo, os horrores do Dia-D.
84. Nagasaki e Hiroshima
II.6
Aupres des portes et dedans deux citez
Seront deux fleaux, et
onc n'apperceut vn tel,
Faim, dedans peste, de
fer hors gens boutez,
Crier secours au grand
Dieu immortel.
[Em duas
cidades portuárias haverá dois flagelos como jamais foram vistos: fome peste,
pessoas expulsas pela força clamarão por socorro ao grande Deus Imortal].
Ao final da Segunda Guerra, dois
portos marítimos japonesas foram atacados com bombas atômicas, Hiroshima e
Nagasaki, nos dias 6 de agosto e 9 de agosto de 1945. Avalia-se em 140 mil o
número de mortos em Hiroshima e 80 mil em Nagasaki, entretanto, esses números
podem ser ainda maiores, pois é muito difícil estimar as vítimas da radiação em
anos posteriores aos ataques. Tal espetáculo de horrores nunca havia sido visto
na Terra, as feridas provocadas pela radiação eram parecidas com as das vítimas
da peste na época em que viveu Nostradamus (esta quadra é importante porque o
profeta se refere nas Centúrias muitas vezes à peste, que, para os dias
presentes, interpretamos como doença provocada por radiação).
85. O Tribunal de Nuremberg e a Guerra Fria
II.38
Des condamnez sera fait vn grand nombre,
Quand les monarques seront conciliez:
Mais l'vn d'eux viendra si malencombre,
Que guerre ensemble: ne seront raliez.
[Se dará um
grande número de condenados quando os chefes de Estado forem para a
reconciliação. Mas um deles provocará tanto embaraço que aqueles que estiveram
juntos na guerra deixarão de ser aliados].
Com o final da guerra,
representantes da Grã-Bretanha, EUA, França e URSS, reunidos em Londres,
acordaram a instalação de um Tribunal Militar Internacional para apurar os
crimes de guerra, que acabou sendo instalado na cidade de Nuremberg, na
Alemanha. Entre 1945 e 1949 foram julgados 24 réus em 13 processos. Dentre os
acusados, receberam a sentença de morte por enforcamento: Hermann Goering,
Alfred Rosemberg, Alfred Jodl, Martin Borman, Wilhelm Keitel, Wilhelm Frick,
Hans Frank, Fritz Sauckel, Julius Streicher, Ernst Kaltenbrunner, Arthur
Seyss-Inquart, e Joachim von Ribbentrop. Goering suicidou-se com uma cápsula de
cianureto, um dia antes de sua execução.
Durante a realização desse
julgamento, a Alemanha começou a ser divida entre os EUA e a URSS. Os antigos
aliados iriam entrar num processo conflituoso chamado de “Guerra Fria”,
personificado pelo Muro de Berlim, construído pelos russos na madrugada de 13
de Agosto de 1961 e que dividiu o mundo em dois blocos distintos: o Socialista
composto por países satélites da União Soviética e o Capitalista integrado
pelos países aliados dos Estados Unidos. Em 1989, Muro de Berlim é derrubado
pela população, pondo fim a Guerra Fria.
86. O suborno e a Palestina
II.28
Le penultiesme du surnom du Prophete,
Prendra Diane pour son
iour et repos:
Loing vaguera par frenetique teste,
En deliurant vn grand
peuple d'impos.
[A
penúltima sílaba do sobrenome do profeta roubará Diana no seu dia e num acordo
de recompra: ele vagará longe por uma cabeça frenética, entregando um grande
povo à submissão].
Esta talvez seja a quadra mais
maltratada de Nostradamus, sempre aparece interpretada de forma errônea, pois
seus tradutores não levaram em conta sutilezas linguísticas e fatos históricos.
Os intérpretes por sua vez, julgam o profeta como sendo próprio Nostradamus, o
que não é verdade. O profeta na quadra é Maomé (570-632) que na transliteração
do sobrenome árabe para as línguas ocidentais fica Muhammad ou Mohammed,
portanto, a penúltima sílaba do nome do profeta é “ham”, que em latim compõe o
nome Abraham e em hebraico Avraham (אברהם). Ordinariamente, se
traduz também repos com o seu
significado francês “descanso”, quando na realidade é a palavra hebraica para
“recompra” ou “acordo de recompra”. E por fim, em Roma, Diana era a deusa da
Lua e da caça e tinha seu dia festivo, 13 de agosto.
Na verdade, Nostradamus denuncia um
crime obscuro: um impuro roubará os que têm a Lua como símbolo (os maometanos),
num acordo de recompra. Uma denúncia grave de suborno! Esse sujeito será
errante em lugares distantes e guiado por uma cabeça impaciente. Ele vai
entregar um grande povo à submissão – o árabe-palestino em relação aos
israelitas – os filhos de Abraão.
Nostradamus aqui está falando do
primeiro grupo político organizado na Palestina, o Istiqlal (Partido da
Independência), fundado em 13 de agosto de 1932 e que não conseguiu garantir a
recompra ou recuperação das terras sob o domínio dos ingleses, as quais,
posteriormente, passariam para Israel. O impuro seria alguma liderança desse
partido ou alguém bem próximo a ele em busca de benefícios pessoais.
87. O retorno dos judeus a Israel
II.19
Nouueaux venus lieu basty
sans defence,
Occuper la place par lors
inhabitable:
maisons, champs, villes, prêdre à plaisance,
Faim peste, guerre, arpen
long labourage.
[Os
recém-chegados no lugar construído sem defesa, ocupam o lugar até então
inabitável: felizes terão casas, campos e cidades. Depois a fome, a doença e a
guerra se abaterão sobre a terra fértil depois de longo tempo].
Essa quadra é concordante com as
profecias de Ezequiel (capítulo 18), que previa o retorno do povo hebreu ao
território hoje conhecido como Palestina, no Oriente Médio. Essas terras foram
conquistadas pelos reis hebreus Saul e depois David no início do primeiro
milênio antes de Cristo, ao derrotarem os filisteus.
Situado em ponto estratégico,
comercial e militar, os historiadores gregos chamavam o lugar ao sul da Síria
de Philistia e os romanos de Palaestina – para os hebreus, Israel. A
cidade de Jerusalém, transformada capital de Israel pelo rei David, é hoje
território sagrado para as maiores religiões do mundo: judaica, islâmica e
cristã.
O povo hebreu foi disperso pelo
mundo a partir de 70 d.C, por obra dos romanos, no que é conhecido por Segunda
Diáspora. Abrigados em comunidades nos países em que se refugiaram por quase
dois mil anos, os judeus começam a retornar ao seu antigo território na segunda
metade do século XIX, arrendando terras dos turcos (Império Otomano).
Depois da Primeira Guerra, a
Palestina ficou sob mandato britânico e continuou a receber judeus de várias
partes do mundo, principalmente dos países em que eram duramente perseguidos.
Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas deliberou pela
criação de dois estados no território palestino, um judeu e outro árabe. Em 14
de maio de 1948, David Ben-Gurion declara o nascimento do Estado de Israel, ao
assinar a declaração de independência. A reação dos árabes foi imediata, no dia
seguinte a guerra é iniciada e desde então nunca foi interrompida de fato.
Nessa quadra é interessante ressaltar
a visão da transformação das terras desérticas em terras férteis, antes mesmo
da independência. O desenvolvimento da agricultura foi uma das primeiras
preocupações dos judeus que rumaram para a Palestina a partir de 1870 ao
escaparem das perseguições na Rússia.
88. Eleições de João Paulo I e João Paulo II
X.12
Esleu en Pape, d'esleu se mocqué,
Subit soudain esmeu
prompt et timide,
Par trop bon doux à mourrir prouoqué,
Crainte esteinte la nuict de sara mort guide.
[Eleito um
papa que não era esperado, chamado de surpresa, esmerado diligente e tímido,
por muito bom e meigo sua morte é provocada, estando inseguro à noite, é levado
à morte].
V.92
Apres le siege tenu dixscept ans,
Cinq changeront en tel reuolu terme:
Puis sera l'vn esleu de mesme temps,
Qui des Romains ne sera trop conforme.
[Depois do
trono tomado 17 anos, cinco mudarão num mesmo período: então um deles será
eleito na época, e a quem os romanos não agradará].
Essas duas quadras relativas à
Igreja Católica nos dão notícias da eleição de dois recentes papas: João Paulo
I (1912-1978) e João Paulo II (1920-2005).
Albino Luciani, João Paulo I, foi
eleito papa em terceira votação depois de um curto conclave de 24 horas. Após
33 dias, foi encontrado morto em sua cama, vítima de um enfarte, porém há
suspeitas de que ele foi assassinado.
Karol Józef Wojtyła, João Paulo II,
era polonês e desde 1523 a Igreja não elegia um papa que não fosse italiano.
Pio XII exerceu o papado por 17 anos. João Paulo II é o quinto papa a partir de
Pio XII (1872-1958), conforme previa a quadra 92 da quinta centúria. Wojtyła
foi beatificado no primeiro dia de maio de 2011.
89. Assassinato de John Kennedy
VI.37
L'oeuure ancienne se paracheuera,
Du toict cherra sur le
grand mal ruyne:
Innocent faict mort on accusera,
Nocent cache, taillis à la bruyne.
[Um
trabalho antigo será concluído, do teto cairá sobre o grande homem um mal – um
inocente será acusado de sua morte – o culpado estará escondido nas sombras da
floresta].
John Kennedy foi morto com um tiro
disparado de cima de um prédio em 1963, em Dallas, no Texas. Um ex-fuzileiro de
24 anos, Lee Oswald (1939-1963), foi acusado de ter matado o presidente dos
EUA, mas foi morto antes de ser julgado. Vários livros, filmes e investigações
posteriores alegam que Oswald era inocente e que o verdadeiro assassino fugiu
por entre árvores próximas.
cara muito bom seu artigo. parabens
ResponderExcluirNa tradução do francês, em algumas partes está escrito palavras como Aviação e terceiro terceiro reich, coisas que obviamente ele não poderia saber, pois ele nasceu em 1500
ResponderExcluirMuito bom! :)
ResponderExcluirACREDITO NAS PREMUNIÇÕES DELE POIS ESTA ESCRITO NA BIBLIA QUE PESSOAS TERIAM VISÕES E PARA MIM ESTA ESCRITO NO LIVRO SAGRADO É VERDADE NÃO DUVIDO DE UMA VIRGULA.
ResponderExcluirMuito bom esse material
ResponderExcluirMuito bom esse material
ResponderExcluirEstamos esperando outros acontecimentos para poder encaixar as centúrias de um velho caduco igual o João do apocalipse. Para poder dizer que ele era um profeta.
ResponderExcluirExcelente material!
ResponderExcluirNão consigo parar de ler.
NOSTRADAMUS Y EL ASTEROIDE AN10 1999
ResponderExcluirCenturia X
Cuarteta 72
El año mil novecientos noventa y nueve siete meses,
Del cielo vendrá un gran Rey de terror:
Resucitar el gran Rey de Angolmois,
Antes después Marte reinar por dicha
Nostradamus nos habla de algo que vendrá del cielo y que provocará gran terror entre los humanos.
¿Que puede venir del cielo que provoque tanto temor entre la humanidad?
Un asteroide.
Cuando los astrónomos descubren un nuevo asteroide el nombre que le ponen es el del año en que ha sido descubierto.
En 1999 astrónomos descubrieron un asteroide que se acercará peligrosamente a la Tierra en el año 2027 y en 2039.
Asteroide que lleva por nombre 1999 AN10.
¿Nostradamus nos está dando el nombre del asteroide en su cuarteta y nos dice que se va a estrellar contra la Tierra?
¿ Nos está diciendo que después de la caída del asteroide la guerra reinará felizmente? ( Marte dios de la guerra en la mitología romana )
Centuria I
Cuarteta 69
La gran montaña redonda de siete estadios,
Después paz, guerra, hambre, inundación.
Rodará lejos abismando grandes regiones,
Aún antiguas, y gran fundación.
Montaña redonda se refiere a la forma que tiene el asteroide y nos dice el tamaño , siete estadios , unidad de longitud romana equivalente a 134 metros.
El tamaño que nos da para el asteroide es aproximadamente de mil metros , la misma que tiene el asteroide 1999 AN10.
Nos dice en la cuarteta que antes de la caída del asteroide habrá paz pero después vendrá la guerra y que la caída del asteroide provocará inundación, de esta forma nos está diciendo que caerá en el mar, abismando (inundando) grandes regiones.
En el apocalipsis de San Juan también se habla de la caída de un asteroide en el mar.
"El segundo ángel toco la trompeta, y como una gran montaña ardiendo en fuego fue precipitada en el mar; y la tercera parte del mar se convirtió en sangre y murió la tercera parte de los seres vivientes que estaban en el mar, y la tercera parte de las naves fue destruida" (Apocalipsis 8:8,9)
Nostradamus escribió sus cuartetas en francés, si observamos atentamente la cuarteta original de 1999 vemos que no se ha traducido correctamente.
Century 10
Quatrain 72
L'an mil neuf cens nonante neuf sept mois,
Du ciel viendra un gran Roy d'effrayeur.
Resusciter le grand Roy d'Angolmois.
Avant apres Mars regner par bon heur.
La primera línea siempre se ha traducido por " el año 1999 " pero en francés para decir eso tendría que ser " L´année 1999 ".
Nostradamus escribe " L´an 1999 "
La traducción literal de la primera línea es " El an 1999 ".
Nostradamus siempre nos ha estado dando el nombre del asteroide que en un futuro impactará contra la tierra.
Asteroide an10 1999.
En un foro un tal copahue llega a la siguiente observación con respecto a la palabra ANGOLMOIS:
Si nos fijamos en la palabra AN gol MOIS, podemos interpretar el nombre del asteroide AN, gol: agosto y MOIS: mes en francés.
Por lo tanto la cuarteta quedaría de la siguiente manera:
Centuria X
Cuarteta 72
El AN10 1999 siete meses
Del cielo vendrá un gran Rey de terror:
Resucitar el gran Rey de AN - GOL - MOIS,
Antes después Marte reinar por dicha.
Juan Carlos de Madrid
NOSTRADAMUS Y EL ASTEROIDE AN10 1999
ResponderExcluirCenturia X
Cuarteta 72
El año mil novecientos noventa y nueve siete meses,
Del cielo vendrá un gran Rey de terror:
Resucitar el gran Rey de Angolmois,
Antes después Marte reinar por dicha
Nostradamus nos habla de algo que vendrá del cielo y que provocará gran terror entre los humanos.
¿Que puede venir del cielo que provoque tanto temor entre la humanidad?
Un asteroide.
Cuando los astrónomos descubren un nuevo asteroide el nombre que le ponen es el del año en que ha sido descubierto.
En 1999 astrónomos descubrieron un asteroide que se acercará peligrosamente a la Tierra en el año 2027 y en 2039.
Asteroide que lleva por nombre 1999 AN10.
¿Nostradamus nos está dando el nombre del asteroide en su cuarteta y nos dice que se va a estrellar contra la Tierra?
¿ Nos está diciendo que después de la caída del asteroide la guerra reinará felizmente? ( Marte dios de la guerra en la mitología romana )
Centuria I
Cuarteta 69
La gran montaña redonda de siete estadios,
Después paz, guerra, hambre, inundación.
Rodará lejos abismando grandes regiones,
Aún antiguas, y gran fundación.
Montaña redonda se refiere a la forma que tiene el asteroide y nos dice el tamaño , siete estadios , unidad de longitud romana equivalente a 134 metros.
El tamaño que nos da para el asteroide es aproximadamente de mil metros , la misma que tiene el asteroide 1999 AN10.
Nos dice en la cuarteta que antes de la caída del asteroide habrá paz pero después vendrá la guerra y que la caída del asteroide provocará inundación, de esta forma nos está diciendo que caerá en el mar, abismando (inundando) grandes regiones.
En el apocalipsis de San Juan también se habla de la caída de un asteroide en el mar.
"El segundo ángel toco la trompeta, y como una gran montaña ardiendo en fuego fue precipitada en el mar; y la tercera parte del mar se convirtió en sangre y murió la tercera parte de los seres vivientes que estaban en el mar, y la tercera parte de las naves fue destruida" (Apocalipsis 8:8,9)
Nostradamus escribió sus cuartetas en francés, si observamos atentamente la cuarteta original de 1999 vemos que no se ha traducido correctamente.
Century 10
Quatrain 72
L'an mil neuf cens nonante neuf sept mois,
Du ciel viendra un gran Roy d'effrayeur.
Resusciter le grand Roy d'Angolmois.
Avant apres Mars regner par bon heur.
La primera línea siempre se ha traducido por " el año 1999 " pero en francés para decir eso tendría que ser " L´année 1999 ".
Nostradamus escribe " L´an 1999 "
La traducción literal de la primera línea es " El an 1999 ".
Nostradamus siempre nos ha estado dando el nombre del asteroide que en un futuro impactará contra la tierra.
Asteroide an10 1999.
En un foro un tal copahue llega a la siguiente observación con respecto a la palabra ANGOLMOIS:
Si nos fijamos en la palabra AN gol MOIS, podemos interpretar el nombre del asteroide AN, gol: agosto y MOIS: mes en francés.
Por lo tanto la cuarteta quedaría de la siguiente manera:
Centuria X
Cuarteta 72
El AN10 1999 siete meses
Del cielo vendrá un gran Rey de terror:
Resucitar el gran Rey de AN - GOL - MOIS,
Antes después Marte reinar por dicha.
Juan Carlos de Madrid
Cara parabéns pelo blog o melhor que já li sobre o gênero parabéns...
ResponderExcluirCara parabéns pelo blog o melhor que já li sobre o gênero parabéns...
ResponderExcluirmuito bom
ResponderExcluirMuita interpretaçao.. Acho muito estranho algumas coisas que ele escreveu por que realmente fazem um pouco de sentido mas pergunto o seguinte:
ResponderExcluirSe eu escrever 5 mil profecias falando sempre das mesmas coisas (Grandes líderes, desastres naturais, incêndios) eu tenho certeza absoluta que algumas delas iriam se concretizar.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuanto a veracidade das profecias, não posso dizer se são reais ou não, mas a tradução do francês está péssima! Você inclusive coloca palavras onde elas sequer existem, manipulando constantemente o texto... Horrível!
ResponderExcluir